Sumário |
Estilista consumado, dono de um fraseado em que mescla, a um só tempo, a observação irônica, a viagem sentimental, o detalhismo sensorial e a musicalidade de alguém que leu atentamente Machado, Proust e os modernistas, Pedro Nava faz deste Galo das trevas mais um monumento definitivo de nossa prosa memorialista. Poucas páginas em língua portuguesa descrevem com tanta beleza e inteligência as noites em claro, não raras vezes desesperadoras, provocadas pela insônia, essa satânica inimiga do descanso do corpo e dos sentidos. E Nava vai além - como nos volumes anteriores das Memórias, este é mais um passeio pela trajetória do autor e pela própria história do Brasil. Uma narrativa em que público e privado, campo e cidade, ignorância e ilustração, pobreza e opulência se misturam, produzindo um painel amplo e fecundo de nossa vida íntima e social. Dividido em duas seções, 'Negro' e 'O branco e marrom', 'Galo das trevas' foi escrito entre 1978 e 1980, quando o autor, já consagrado ... |